Local Exótico para Primordiais: Avalon, a Ilha Sagrada

Mais materiais para meu cenário pulp Primordiais, agora estou apresentando um pouco sobre um dos locais mais exóticos onde seus jogadores podem parar: Avalon, a Ilha Sagrada

Nota: essa descrição não é histórica, refletindo apenas a história para o cenário de Primordiais.


O que se sabe sobre Avalon?

O mito sobre a poderosa e estranha ilha de Avalon, oculta por brumas no caminho de brumas para Glastonbury, é conhecida pelos Mitos Arturianos como um lugar de magia e mistério. Os sinos do Mosteiro de Glastonbury repicam sempre que as Brumas se levantam, segundo os supersticiosos e os crentes, para afastar as terríveis bruxas de Avalon, sedentas de sangue e desejosas por deturpar o desejo dos homens e corromper as mentes das mulheres.

Sua última rainha, Morgana, é até hoje motivo de controvérsia: alguns dizem que teria sido honesta e protetora, mas foi amaldiçoada e não pode abandonar Avalon; outros dizem que é uma bruxa maldita seguidora do Demônio, que corrompeu seu irmão e praticou incesto com ele, dando à luz o terrível Mordred, que derrubou Arthur e acabou com a Era Dourada de Camelot.

O mais estranho é que acreditam que será por Avalon que Arthur irá voltar, após ter derrubado os terríveis pictos, celtas e saxões que ainda vivem naquela ilha. Como muitas coisas relacionadas a Avalon, isso também está imerso em mistério, lendas e segredos

A verdade sobre Avalon

A Ilha Sagrada é conhecida por aqueles que conhecem as verdades dos fatos por dois motivos: ser uma espécie de “Vaticano da Religião Antiga” e por seu contato íntimo com Tir na nÓg, a Ilha Esmeralda dos Tuatha De Danann. Além disso, alguns itens poderosos estão guardado em Avalon, como o Graal, o Prato de Vivianne, o Espelho de Morgana e Excalibur (ou Caliban, ou Caledfwlch, entre outros nomes).

Sendo um dos vários Reinos Exteriores, sua presença física “não existe”: a entrada para Avalon se dá por meio de rituais de magia conhecidos por alguns poucos, em especial no “nosso mundo”. Normalmente envolve o uso de um lago por onde um barco entra em “brumas mágicas” chegando em Avalon. O ponto mais “comum” disso ser feito é nas proximidades de Glastonbury, pois em épocas passadas esse local era bem próximo de Avalon, quando partes dela ainda eram parte de “nosso mundo”.

Em geral, isso é feito com cautela, uma vez que o Mosteiro de Glastonbury sempre tem monges da Ordem de São Silvestrino atuando, e os Wiccas que se envolvem nessa passagem sabem que os São Silvestrinos não são exatamente fãs dessa “travessia”. Os Monges são alertas e qualquer passagem podem implicar nos mesmos interrogando os que fazem a travessia. Os próprios Monges sabem como realizar tal travessia, apesar de não serem bem vistos em Avalon.

Uma vez feita a “travessia”, chega-se à Avalon: como ilha, ela é aproximadamente do tamanho do arquipélago havaiano ou da ilha de Kyushu no Japão. É possível, indo a pé, atravessar-se a ilha de ponta a ponta com facilidade em pouco mais de um mês.

A ilha vive de certa maneira em um regime “medieval”, subordinado à Sacerdotisa do Lago (atualmente Morgana), vivendo em comunidades que são capazes de produzir os alimentos necessários para a subsistência dos seus habitantes, estes basicamente descendentes de saxões e celtas, com alguns descendentes dos pictos entre eles. Existem poucos “de fora” que se estabelecem em Avalon: a maioria passa algum tempo em peregrinação e retornam ao “nosso mundo”. Entretanto, embora raros, pessoas de descendências não relacionadas aos povos britânicos primitvos não são incomuns.

Embora vivam em um regime “semi-medieval”, muitos confortos da vida moderna, como comunicações por cavalo, sistema de saneamento básico e água encanada existem. Apesar disso, as condições ainda são de certa maneira medievais.

Habitantes de Avalon

Originalmente moravam apenas mulheres em Avalon iniciadas os mistérios das sacerdotisas do Culto Antigo. Com o tempo e o aprofundamento da perseguição ao Culto Antigo promovida pelos sacerdotes cristãos (com a ajuda de Guinevere), e em especial após a queda de Arthur, a Ilha passou a ser habitada também por homens, totalizando atualmente em torno de 400 mil habitantes, espalhados em vilas por toda a ilha.

Os moradores são brancos em geral, mas existem aqueles com sangue picto ou de outros povos com tez escura, o que porém não implica em discriminação. Em geral possuem cabelos louros ou vermelhos e olhos de cores claras, mas podem apresentar qualquer cor tradicional de cabelo ou olho para um ser humano. Alguns poucos possuem feições levemente “diferentes” ou “feias” e são considerados “tocados pelas fadas” e sagrados.

Em geral existem muitas profissões, em especial aquelas mais “medievais”, entre os alavonenses, sendo todas muito valorizadas. As crianças são ensinadas a ler e escrever quando pequenas e aos 12 anos iniciam como aprendizes em um ofício. Em geral, aos 16 já são considerado adultos e podem casar-se ou abrir sua própria oficina. A alfabetização, dada a todos, é feito no idioma conhecido como Avalonënn entre os moradores, uma variante do Gaélico moderno (ou mais exatamente, do Gaélico antigo) que usa os antigos pictos como escrita.

Política de Avalon

Avalon é subordinada à Sacerdotisa do Lago, tanto nos Aspectos Políticos quanto nos Religiosos. Morgana das Fadas é a atual Sacerdotisa, mas já está muito velha e encontra-se preparando potencial sucessoras. A sucessão é feita de uma maneira similar à Atlante, por meio de um Fior-Righ (loteria real), onde uma série de provas são aplicadas às sucessoras potenciais. Apenas mulheres que já tenham sido mães podem ser sucessoras, em especial que tenham tido filhos em Beltaine (um dos feriados mais importantes para os avalonenses, o “dia da fertilidade”) ou que tenham concebido filhos produzidos nos ritos em nome de Cernunnos, divindade antiga da fertilidade.

A ilha é dividida em aldeias comandadas por um número variável de Anciões e em geral cada uma possui um integrante das “Quatro Ordens”: um Druida, um Sábio, um Bardo e uma Sacerdotisa. Não existem regras sob a composição desse grupo, mas dois homens e duas mulheres é visto como algo extremamente afortunado. As decisões são por votação de todos os adultos e as mulheres também podem votar. O vota é igualitário segundo o sistema “um adulto, um voto”, mas tradicionalmente os Anciões de cada aldeia possuem o poder de “voto de Minerva” quanto a qualquer decisão, ainda que não tenham o hábito de o exercer, exceto nos empates númericos. Quando há empates mesmo com os Anciões votando, cada aldeia tem seus próprios métodos de resolução, seja por voto nas propostas mais apoiadas ou mesmo pelo lançamento de sortes quanto a cada proposta.

Em algumas Aldeias existem algumas posições não oficiais que podem ser preenchidas, como a de Curandeira, a de Virgem (normalmente uma adolescente que canta e dança em rituais e festejos especiais e que, o nome diz, deve ser virgem durante o tempo que desejar manter tal posição), a Dama da Espada (uma jovem especialmente hábil na Espada que a usa em danças especiais) e o Guardião (alguém que protege a vila de inimigos). Essas posições são preenchidas e possuem funções designadas conforme as necessidades de cada aldeia, suas inspirações e visões dos Anciões. Em geral, pessoas que ocupem tais posições são muito respeitadas, ainda que não detenham poder político extra.

As Ordens de Avalon

Como foi citado, em Avalon quase toda aldeia possui um integrante de uma das “Quatro Ordens”. Essas Ordens representam o equilíbrio entre os vários elementos da natureza (cada uma representando um Elemento) e entre as forças do homem e da mulher. As ordens são bem divididas entre si, sendo divididas da seguinte forma:

O conceito da Ordem Mística Wicca é apenas uma má-impressão dos “de fora”, que consideram Wicca todos os seguidores da Religião Antiga, entendendo-os como uma única grande ordem, sem entender a diferença entre essas quatro ordens. Desse modo, quando fala-se Wicca em geral quer dizer-se o conjunto entre Druidas, Sacerdotisas, Bardos e Sábios.

Religião

Os avalonenses são em sua maioria absoluta seguidores da Religião Antiga irlandesa, o que os de fora teimam em chamar de Wicca sem farem a menor idéia do que estão falando. Porém, ainda existe entre eles alguns integrantes da Ordem de São Silvestrino e da Ordem de Santa Brigite, uma ordem de Católicos Celtas que podem oferecer cultos cristãos aos poucos que seguem essa religião.

Quanto a proselitismo, existe uma certa abertura, desde que seja feito sem ofensas à Religião Antiga, que é dominante. O “Estado” de Avalon não chega a ser laico, mas é bastante permissivo aos que respeitam a Religião Antiga. Existem algumas capelas cristãs que oferecem culto segundo a Tradição Católica Celta, e aparentemente existe um monastério das Religiões do Extremo Oriente, o Monastério de C’hi T’sung. É desconhecida outros cultos na Ilha Esmeralda.

Em especial, é interessante notar que, mesmo a maioria absoluta sendo seguidores do Culto Antigo, não existe nenhum tipo de preconceito direto pela religião, e a pessoa, dentro do seu lar, é livre para realizar cultos a qualquer divindade que desejar, inclusive fora do Culto Antigo, enquanto isso não acarretar em crimes ou em violações do direito primordial do Culto Antigo de existir. De fato, em quase todas as Aldeias existem cristãos que fazem suas pregações e orações em seus lares, suas Bíblias e Santos à vista dos que entram no lar.

Em termos morais, os avalonenses possuem suas crenças, mas suas espiritualidades são profundas. São humanistas, respeitadores das pessoas e da natureza, e acreditam no equilíbrio e no Destino, além da Lei do Retorno: tudo que você faz ou deixa de fazer a alguém, cedo ou tarde trará consequências.

Festividades

Os avalonenses reconhecem os feriados da Religião Antiga como feriados realmente “nacionais” – obviamente entendendo-se Avalon como uma nação, e os cultos são prestados de maneiras especiais para cada um dos feriados: